O bom deste texto é que ele é rapidinho de ler. Sério, Porto Velho tem atrações turísticas que podem ser contadas nos dedos de uma mão. Do Lula.
Nem parece uma capital, e sim uma daquelas cidades do interior que você passa, roda ela inteira em algumas horas e segue seu caminho. Um dia andando pela cidade e, chegando o pôr do sol, você está pronto para ir embora.
O principal ponto de interesse é a estação de trem na beira do Rio Madeira, que é uma das pontas da histórica linha de trem Madeira-Mamoré (com mais de 100 anos já).
Ali você visita o Museu Ferroviário, que está impecável com objetos de época, quando transportava madeira e borracha e insumos entre Porto Velho e Guajará Mirim. Interessante imaginar o perrengue que não era entrar floresta adentro naquela época.
E tem o passeio de barco ali pelo Rio Madeira.
De quebra, manda uma costela de tambaqui com cerveja (com vista para a ferrovia e o Rio Madeira).
E, por fim, você vê o pôr do sol no rio. Lindo, sem dúvida. E, para quem volta à noite, a lua é um bônus inesperadamente bonito também.
Em um dia você faz isso tudo. “Mas é possível que só tem isso”, pensei com meus botões. No dia seguinte busquei saber o que mais tinha para fazer.
“Tem a estrada de ferro Madeira-Mamoré”
“Já fui ontem”
“E a praça das Três Caixas d’Água, você já conhece?”
“Não, ainda não.”
E eu fui, então, até a Praça das Três Caixas D’água, que tem, imagine você… três caixas d´água! E só. Mais nada. Tem sua importância histórica e é o símbolo da cidade, tal qual a Torre Eiffel para Paris ou a Estátua da Liberdade para Nova York. Mas, mesmo assim, é tão-somente uma praça com três caixas d’ água. Bateu foto, você pode ir embora.
Por fim, você pode dar uma volta no Parque da Cidade (ou Parque Urbano de Porto Velho), com seu imenso lago. O mais legal é o mirante, que dá uma ótima vista da cidade e principalmente, do pôr do sol.
Pronto, você já conhece tudo de Porto Velho. Mas não se desespere. O mais legal é, com o vasto tempo livre que resta, conversar com todo o mundo que cruza o seu caminho na cidade. Interessante ver que o estilo de vida de cidade provinciana, porque distante dos grandes centros, está se alterando abruptamente com a construção das usinas hidrelétricas de Jirau e de Santo Antônio no Rio Madeira. Milhares de trabalhadores convergiram à cidade e tudo tem se transformado, principalmente em infraestrutura e prestação de serviços (os primeiros hotéis de grande porte, de redes internacionais, estão para ser inaugurados, por exemplo). Claro que há gente contra e há gente a favor, e é um barato ouvir as diferentes argumentações e pontos de vista.
Com sorte, você encontra alguém gente fina que te leva até a periferia de Porto Velho, para ver uma coisa realmente única: a famosa árvore que, considerada morta, foi transformada em poste de fiação elétrica e voltou a florir tempos depois.